Exijo muito pouco. Tão pouco, que chega a ser quase nada. Exijo nada mais, nada menos, que somente aquilo que lhe ofereço. E se não lhe prometo mais do que posso oferecer, por que você, por outro lado, me trata à base de falsas promessas?

   Não mereço meias palavras. Não mereço falsas promessas de amor. Não mereço receber só metade do seu tempo. Não mereço continuar a derramar lágrimas por você. Não mereço duvidar de mim mesma. Não mereço...

   Carros luxuosos nunca me encheram os olhos. Restaurantes caros nunca despertaram o meu interesse. Não ligo de dividir a conta com você. Estou pouco me lixando para o quanto você ganha. Não quero saber se você mora em uma mansão, em um apartamentinho ou em um barraquinho no final da rua. Sou sincera quando digo que nada disso me importa. No entanto, exijo ser tratada na base da reciprocidade. Caso você não seja capaz de me dar o que quero, de retribuir o que lhe ofereço, simplesmente seja sincero e saia da minha vida. Chega de enrolações. Chega de desculpas. Chega de historinhas. Chega de relacionamentos unilaterais. Chega de viver, sozinha, vidas que deveriam ser vividas a dois. Exijo respeito. E reciprocidade. Só isso. O resto vem com o tempo.




   Se voltar no tempo lhe fosse permitido, você faria algo diferente no seu passado? Se existisse a possibilidade de se anular, simplesmente apagar todos os erros já cometidos por você, você aproveitaria essa oportunidade? Se desaparecer, simplesmente sumir do mapa, por um dia, dois... um mês... um ano... fosse possível, ou até mesmo "aceitável", sem trazer qualquer consequência para a vida cotidiana (isso é, sem afetar o trabalho/faculdade/escola)... em momentos difíceis, quando nada na vida parece dar certo, você sumiria?

   Faço-me tais perguntas frequentemente. No entanto, nunca chego a uma conclusão. Voltar no passado e modificar algo já feito acarretaria na mudança de percurso de todo o resto. Será que eu estaria pronta para correr o risco de passar a viver uma vida completamente diferente da qual vivo hoje, simplesmente para me sentir livre de algum sentimento de culpa? Será que fugir de meus problemas, em vez de confrontá-los e resolvê-los, não faria com que, na minha volta, eu viesse a descobrir que como consequência de ter me afastado de tudo para ser capaz de esquecer/superar o que me incomodava, eu também havia caído no esquecimento?

   Na maior parte do tempo, tento não me arrepender de nada do que fiz. Gosto de pensar que, na pior das hipóteses, o que aconteceu foi uma lição aprendida. Afinal de contas, "é errando que se aprende..." não é isso o que dizem? Mas sou humana, e nem sempre é fácil manter essa linha de pensamento.

   Mas o que realmente me incomoda é me perguntar se, aos meus 80 anos, eu ainda estarei tentando pensar da mesma forma. Será que passar os anos da minha juventude tentando pensar positivo terá servido para alguma coisa? Ou será que ainda nutrirei muitos arrependimentos? Ou, quem sabe, será que terei orgulho de quem sou hoje? Será?


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